Enquanto a ação não volta por aqui (e quanto a viagens, vai demorar, dado o estado terminal da minha conta bancária), vou continuar falando das viagens passadas - é, toda uma vibe Scrooge, com as viagens passadas, as presentes e as futuras. Pra encurtar a história, meu cruzeiro pelo Caribe em 2010 foi uma das melhores viagens da minha vida. Na verdade quando se fala em cruzeiro, nem parece tão legal. Mas foi e eu vou explicar a razão.
Tirando ter sido obrigada a fazer imigração em Miami - onde o idiota do funcionário ficou me perguntando se eu ia trabalhar no cruzeiro... claro, e ia enfiar minha mãe dentro do armário enquanto isso - não dava pra tudo ter dado mais certo. Primeiro, porque nem saímos do aeroporto em Miami: seguimos direto pra Puerto Rico, lar dos saudosos Menudos e de seu membro (uy) mais famoso, o recém-saído-do-armário-e-muito-gato Ricky Martin, que a gente chamava de Rickynho quando eu era criança. Eu acho que existe toda uma aura de preconceito em torno dos portorriquenhos, estilo ir pra Miami ou NY e voltar falando que "só tinha portorriquenho". Acho que isso é típico de quem nunca foi pra Puerto Rico. O lugar é lindo. As praias são lindas, os monumentos históricos são de babar, e tem toda aquela infraestrutura que a gente não pode negar que os americanos sabem fazer. Tem pobreza? Tem alguma, sim. Mas eu senti certa felicidade nos habitantes. Don Tejo, o senhorzinho taxista que nos levava pra cima e pra baixo, garantiu que era muito bom morar em Puerto Rico. Ah, tem também que eles curtem que você fale em português mesmo, ou arranhe um portunhol.
A Cidade Velha de San Juan é o máximo. Tem restaurante, tem balada, tem pracinha. Mas o que me atraiu foram os fortes, mais especialmente o conhecido como El Morro. Ele foi palco de batalhas navais sangrentas pelo controle da ilha, foi realmente usado pelos espanhóis, não tá lá só pra ser bonitinho não. Já o bairro em que ficamos, Miramar, era de classe média-alta, com alguns bons restaurantes (a gente gostava de comer no Lima, restaurante peruano na Av. Ponce de Leon, com excelentes peixes, sobremesa de doce de leite com marshmallow e a bizarríssima e amarela Inca Cola) e vários hotéis. Pras shopaholics, San Juan conta ainda com o Plaza Las Americas, shopping absurdamente grande e com ótimas lojas.
Quanto ao navio, eu estava super emocionada, porque nunca tinha viajado em um antes. Navegamos no Celebrity Millennium, que tem capacidade pra uns 2000 passageiros, 12 andares, 3 piscinas, academia, spa, vários restaurantes, balada e assim por diante. E embora do meio pro final minha mãe estivesse ficando meio entediada (ela estava achando que 12 dias era muito tempo), eu ficaria lá mais uns MESES se pudesse. Porque imagina: você viaja de um lado pro outro enquanto toma sol, vai na piscina, toma café, almoça, janta, lê um livro, ouve uma musiquinha e dorme. Quando acorda no dia seguinte, surpresa: já chegou em outro lugar. No nosso roteiro, aliás, tinha ilha todo dia, e apenas um dia inteiro no mar, ou seja, bastante atividade pra fazer.
E tem balada a bordo? Não vou mentir: nesse navio só tinha casal e gente velha. Aliás, tem gente BEM velha, o que pode ser interessante dependendo da pessoa. Conhecemos um casal de velhinhos novaiorquinos simpaticíssimos e surpreendentemente animados. De qualquer forma, eu estava procurando descanso, então todo dia depois do jantar ia para a 'boite' (ahahaha) com a minha mãe, ficava 5 min e ia dormir. Já ela, que é toda jovial, insistia na tal da balada. No final, ficou amiga do navio inteiro.
A comida é mais ou menos. No jantar sempre tinha bastante opção de menu, mas o almoço era ruim que só. Acabei descobrindo que havia um café que servia refeições light durante o dia, e no final só comia lá. O spa era muito bacana, mas custava os olhos da cara. Minha mãe me deu uma massagem de aniversário, o que foi uma delícia. No casino eu perdi 2 dólares, enquanto meu amigo Chris, americano de Dallas, perdeu 800. Tá louco.
E as ilhas? Saint Croix tem a água mais azul que eu já vi, Curaçao é o máximo, Barbados foi muito divertido (lá fizemos amizade com três franceses e velejamos para ver as tartarugas!) e Dominica foi minha predileta - lá gravaram umas cenas de Piratas do Caribe, e foi onde fizemos um passeio guiado para Titou Gorge, uma caverna em que passa um rio dentro, e é uma delícia de nadar. Depois ainda fomos pra praia de areia preta onde tentaram pela primeira vez nos vender 'cigarros orgânicos' e voltamos num lotação do motorista chamado André.
Eu super recomendo um cruzeiro assim se você 1) gosta do mar; 2) não enjoa (eu não enjoei absolutamente nada); 3) vai com marido ou namorado ou afim; 4) tá querendo descanso e não muito agito. Sobre esse último quesito, deixa eu frisar que a Celebrity (a empresa a qual o navio pertence) não é conhecida por cruzeiros muito agitados, mas sim por atrair gente mais velha e, digamos, pacata. Tem a Carnival, que é mais jovem e mais barata. Ou seja, pode atrair mais gente que vai te incomodar porque você pode achar que são todos crianças demais e fazem baderna demais. Anyway, eu adorei a experiência, e sinto muita saudade do navio e de todos os amigos que fizemos, inclusive do José (nosso camareiro, indiano) e da Ava (a moça que nos servia no restaurante, jamaicana, que devia ter uns 3 metros de altura), dos portugas nossos companheiros de mesa, do casal de brasileiros, do Chris, da Wendy e do Brent, dos franceses legais, etc, etc, etc.
Quem sabe mais pra frente eu conto mais contos a respeito.
Tirando ter sido obrigada a fazer imigração em Miami - onde o idiota do funcionário ficou me perguntando se eu ia trabalhar no cruzeiro... claro, e ia enfiar minha mãe dentro do armário enquanto isso - não dava pra tudo ter dado mais certo. Primeiro, porque nem saímos do aeroporto em Miami: seguimos direto pra Puerto Rico, lar dos saudosos Menudos e de seu membro (uy) mais famoso, o recém-saído-do-armário-e-muito-gato Ricky Martin, que a gente chamava de Rickynho quando eu era criança. Eu acho que existe toda uma aura de preconceito em torno dos portorriquenhos, estilo ir pra Miami ou NY e voltar falando que "só tinha portorriquenho". Acho que isso é típico de quem nunca foi pra Puerto Rico. O lugar é lindo. As praias são lindas, os monumentos históricos são de babar, e tem toda aquela infraestrutura que a gente não pode negar que os americanos sabem fazer. Tem pobreza? Tem alguma, sim. Mas eu senti certa felicidade nos habitantes. Don Tejo, o senhorzinho taxista que nos levava pra cima e pra baixo, garantiu que era muito bom morar em Puerto Rico. Ah, tem também que eles curtem que você fale em português mesmo, ou arranhe um portunhol.
A Cidade Velha de San Juan é o máximo. Tem restaurante, tem balada, tem pracinha. Mas o que me atraiu foram os fortes, mais especialmente o conhecido como El Morro. Ele foi palco de batalhas navais sangrentas pelo controle da ilha, foi realmente usado pelos espanhóis, não tá lá só pra ser bonitinho não. Já o bairro em que ficamos, Miramar, era de classe média-alta, com alguns bons restaurantes (a gente gostava de comer no Lima, restaurante peruano na Av. Ponce de Leon, com excelentes peixes, sobremesa de doce de leite com marshmallow e a bizarríssima e amarela Inca Cola) e vários hotéis. Pras shopaholics, San Juan conta ainda com o Plaza Las Americas, shopping absurdamente grande e com ótimas lojas.
Quanto ao navio, eu estava super emocionada, porque nunca tinha viajado em um antes. Navegamos no Celebrity Millennium, que tem capacidade pra uns 2000 passageiros, 12 andares, 3 piscinas, academia, spa, vários restaurantes, balada e assim por diante. E embora do meio pro final minha mãe estivesse ficando meio entediada (ela estava achando que 12 dias era muito tempo), eu ficaria lá mais uns MESES se pudesse. Porque imagina: você viaja de um lado pro outro enquanto toma sol, vai na piscina, toma café, almoça, janta, lê um livro, ouve uma musiquinha e dorme. Quando acorda no dia seguinte, surpresa: já chegou em outro lugar. No nosso roteiro, aliás, tinha ilha todo dia, e apenas um dia inteiro no mar, ou seja, bastante atividade pra fazer.
E tem balada a bordo? Não vou mentir: nesse navio só tinha casal e gente velha. Aliás, tem gente BEM velha, o que pode ser interessante dependendo da pessoa. Conhecemos um casal de velhinhos novaiorquinos simpaticíssimos e surpreendentemente animados. De qualquer forma, eu estava procurando descanso, então todo dia depois do jantar ia para a 'boite' (ahahaha) com a minha mãe, ficava 5 min e ia dormir. Já ela, que é toda jovial, insistia na tal da balada. No final, ficou amiga do navio inteiro.
A comida é mais ou menos. No jantar sempre tinha bastante opção de menu, mas o almoço era ruim que só. Acabei descobrindo que havia um café que servia refeições light durante o dia, e no final só comia lá. O spa era muito bacana, mas custava os olhos da cara. Minha mãe me deu uma massagem de aniversário, o que foi uma delícia. No casino eu perdi 2 dólares, enquanto meu amigo Chris, americano de Dallas, perdeu 800. Tá louco.
E as ilhas? Saint Croix tem a água mais azul que eu já vi, Curaçao é o máximo, Barbados foi muito divertido (lá fizemos amizade com três franceses e velejamos para ver as tartarugas!) e Dominica foi minha predileta - lá gravaram umas cenas de Piratas do Caribe, e foi onde fizemos um passeio guiado para Titou Gorge, uma caverna em que passa um rio dentro, e é uma delícia de nadar. Depois ainda fomos pra praia de areia preta onde tentaram pela primeira vez nos vender 'cigarros orgânicos' e voltamos num lotação do motorista chamado André.
Eu super recomendo um cruzeiro assim se você 1) gosta do mar; 2) não enjoa (eu não enjoei absolutamente nada); 3) vai com marido ou namorado ou afim; 4) tá querendo descanso e não muito agito. Sobre esse último quesito, deixa eu frisar que a Celebrity (a empresa a qual o navio pertence) não é conhecida por cruzeiros muito agitados, mas sim por atrair gente mais velha e, digamos, pacata. Tem a Carnival, que é mais jovem e mais barata. Ou seja, pode atrair mais gente que vai te incomodar porque você pode achar que são todos crianças demais e fazem baderna demais. Anyway, eu adorei a experiência, e sinto muita saudade do navio e de todos os amigos que fizemos, inclusive do José (nosso camareiro, indiano) e da Ava (a moça que nos servia no restaurante, jamaicana, que devia ter uns 3 metros de altura), dos portugas nossos companheiros de mesa, do casal de brasileiros, do Chris, da Wendy e do Brent, dos franceses legais, etc, etc, etc.
Quem sabe mais pra frente eu conto mais contos a respeito.
Um comentário:
vendo essa ultima foto eu penso:
"Seu pai, se tivesse seios ... "
(deixa pra lá)
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